Rodamos das 7:30 as 21:30 os 899km entre Zarate e Pedro
Osório, esta última é a cidade onde moram os pais do Carlão.
Na saída de Zárate começaram nossos problemas, pois andamos
50 km numa rodovia dupla com velocidade máxima de 120 km/h, mas onde não se
conseguia andar mais do que 70 km/h de tanto argentino viajando com seus carros
lotados de bagagens e cadeiras de praia, onde carros novos e potentes se
misturavam a velhos e caindo aos pedaços, e o pior, não saiam da esquerda nem
colocando o radiador no vidro traseiro, muita paciência foi necessária.
Passando estes primeiros 50 km o número de carros diminuiu
um pouco, mas a velocidade média não aumentou, pois dois acidentes e um pequeno
trecho de pista única não permitiram.
Haja paciência. Nos postos as
filas para abastecimentos eram gigantescas, mas havia combustível. Este panorama permaneceu até Colón, quando
deixamos a Ruta 14 para irmos em direção a fronteira do Uruguai.
Achávamos que o pior havia passado, engano nosso, pouco
antes da ponte da divisa do Uruguai um posto da polícia caraminera argentina
estava segurando os carros para evitar que a fila de carros para a aduana
ficasse em cima da ponte. Ali ficamos no
sol por uma hora e meia. Após passar
pelo posto policial andamos cerca de 1 km e logo após a ponte enfrentarmos uma nova
fila. Após mais alguns metros nos
arrastando um pedágio, e após ele depois de poucos metros a fila se dividia em
quatro, pois os tramites eram feitos em 4 cabines tipo as de pedágio. Ali estavam duas funcionárias, uma de cada
país, uma fez a nossa saída da argentina e nossa fez a entrada no Uruguai. Logo após a imigração passamos por uma revista no carro, que mesmo
superficial nos fizeram abrir o porta malas e todas as portas. Na saída ainda
passamos com o carro por um poço cheio de algum tipo de bactericida, e aí sim,
depois de exatas duas horas pudemos entrar no Uruguai.
Nosso destino seria seguir de Paysandu para Taquarembó e de
lá para Melo e Rio Branco, mas a Ruta 26 estava tão ruim que de Taquarembó
resolvemos mudar os planos e pegamos a ruta 5 até Rivera e Livramento. Nesta ruta 26 em Dezembro quatro motociclistas viajavam e dois caíram próximos a Taquarembó, sofreram fraturas mas estão bem, e o motivo agora
sabemos, pois a rodovia está péssima, do nada aparece sequências de buracos
fundos ou até mesmo sem pavimentação.
Em toda a nossa viagem tememos a tal da propina, e achávamos
que não teríamos até que, na chegada em Rivera fomos parados quase na entrada
da cidade, onde uma pessoa nos fez um mapa de como chegar ao posto de
imigração, conversou, nos deu dicas e na saída veio com o famoso papo de que os
funcionários no Uruguai não são assalariados e que se fosse possível uma
pequena contribuição sem que fosse obrigatória, e como o cara foi atencioso
entregamos uma nota novinha de 20 pesos no qual ao pegar falou: “É...20 pesos uruguaios equivalem a 1,50 em
real, não é nada mas já ajuda” e sem dar maior oportunidade aceleramos e deixamos
o cara resmungando sozinho no meio da estrada.
E em Rivera mais uma decepção, a única aduana até agora que
conhecemos que não fica no acesso de entrada ou saída do país, tivemos que sair
da rodovia e entrar na cidade para chegar a tal imigração e carimbar a saída do
Uruguai, pois sem isso se quisermos entrar novamente teríamos que pagar multa e
atrasar qualquer viagem ou passeio. Além
disso o posto é cheio de flanelinhas cobrando prá cuidar do carro que deixamos
num pátio fechado, que depois tivemos que sair a pé e entrar pela frente do
prédio que fica na rua, ou seja, poderíamos ter estacionado normalmente o carro
na rua, ao invés de seguir as placas que nos levaram para dentro do estacionamento.
Para sair do país rodamos 12 quadras até encontrar a rua por
onde chegamos e ir agora em direção ao Brasil, que quando nos damos conta já
estávamos, sem sequer vermos alguma placa informativa de mudança de país.
De Livramento para Pedro Osório foram cerca de 300 km. Chegamos exaustos mas felizes por mais um sonho realizado.
Ficaremos alguns dias em Pedro Osório. Previsão de viagem a Palhoça na quarta-feira de cinzas, 22 de fevereiro.
O café da manhã na argentina
Medialunas
Ponte na saída de Zarate
Imagem interessante em Rivera. Vimos duas assim.
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